26.2.10

Vale quanto custa

De que adianta a verdade, se no mundo em que vivo o que vale é a falsidade;
De que adianta a entrega, se no mundo em que vivo o descartável é que está na moda;
De que adianta a lealdade, se no mundo em que vivo o que vale é a esperteza;
De que adianta o amor, se no mundo em que vivo o que vale são as paixões furtivas;
De que vale a amizade, se no mundo em que vivo o que vale são os falsos amigos;
De que vale viver, se no mundo em que vivo a morte está sempre à espreita.
Beijos e inté!

21.2.10

Mal da folia

Depois da folia, a ressaca. Não me refiro à ressaca da cachaça, da cerveja, nem da vodka. E sim, aquela que não há remédio no mundo que a cure: a ressaca moral. Ela começa aguda no coração, como uma fisgada, passa para a cabeça se confundindo com uma enxaqueca, e volta crônica ao coração. Como a dor de um ataque fulminante. Há quem pense que está diante de um, mas bastam alguns minutos para perceber que não. Ilusão. A ressaca moral atinge milhares de pessoas todos os anos. Diferentemente da ilusão de ótica, não há mágico no mundo que consiga desvendá-la. Simplesmente acontece, como um piscar de olhos. Olhos esses que não conseguem se encarar no espelho, nem cobertos por uma máscara.
Beijos e inté!

Frenesi


No compasso da folia, corpos se entrelaçavam de alegria;

Entre a batida da eletrizante bateria e o grito do apito, um sorriso;

No meio da multidão, um silêncio ensurdecedor invadira o corpo da bailarina;

Silêncio que ressoara como um zumbido, tamanha a emoção;

Pés e corpos seguiam compassadamente o ritmo da cantoria;

Na alegria contagiante que seguia, um coração cantava a melodia espalhada no ar;

No meio da multidão, um olhar;

Olhar intenso e reluzente, como o brilho da saia da menina que iluminava as ruas de felicidade;

Como num misto de sensações, ebulição;

Olhos e bocas se misturaram no compasso inquientante da hipnotizante bateria.


Beijos e inté!