26.5.07

Aos noivos

Hoje é dia de alegria. Dia de celebrar a união. Os anjos estão em polvorosa lá em cima. Trabalhando para uma noite cheia de surpresas, encontros e reencontros. O Sol brilha lá fora. Um dia lindo! Céu de brigadeiro. Tudo conspira a favor.
Aqui em baixo os amigos e familiares se agitam e tiram suas melhores roupas do armário para festejar o dia tão esperado - o casamento da minha amiga Mix e do seu amor Fernando. Quem diria!! Aquela ruivinha, sardentinha, toda serelepe e estabanada cresceu. Virou mulher. Diga-se de passagem, um mulherão. Para os que convivem com ela, quase não percebem a transformação. A roupagem é nova sim, mas o olhar e o jeito atrapalhado de ser ainda são os mesmos da infância. É exatamente isso que a faz ser tão MICHELE. Hoje é cheia de desejos e tem um mundo inteiro a conquistar ao lado de seu namorado, desculpe, marido Fernando.
Fico feliz por participar desse momento tão especial da sua vida. Sei que é um sonho que se realiza.
Desejo aos noivos toda a felicidade que o mundo tenha lhes reservado.
Parabéns pela nova etapa de vida.
Beijos da amiga Érika

Delírios juvenis!!

Fecho os olhos e vejo o seu mais doce sorriso. Tapo os ouvidos e escuto a sua mais suave voz. Prendo a respiração e sinto o cheiro da sua pele entrar pelas minhas narinas, queimando por onde passa. Embriagada de desejo tropeço nas suas falsas promessas que ainda me alimentam de esperança em ti. Os meus sentidos já não são mais os mesmos. É verdade. Traem-me! Sinto-me frágil como um cego à procura de seu destino. O chão já não existe mais. Ruiu! Por outro lado, as lembranças surgem como flashes e me ajudam a guardar você dentro de mim. Elas o tornam mais real do que você realmente é para mim. A sensação é de alívio. É como se a tua presença estivesse aqui, agora, do meu lado. Me tocando, me acariciando, me desejando, me beijando, simplesmente me olhando. Como é doce o seu olhar. De tão doce, amarga. De repente angústia, decepção. Acordo e percebo que tudo não passou de um delírio juvenil.

Beijos e inté!!
Érika


20.5.07

Amarga inocência

Pueril. Assim era como o amor costumava se apresentar pra ela. Por mais que tentasse fugir desse sentimento ingênuo e sincero, lá estava ele. Incessante e insaciável! Por mais calejada que estivesse, lá aparecia ele. Nem sequer pedia licença. Bater na porta de seu coração, nem pensar. Invadia e pronto! Devastava por onde passava. Antigos amores só serviam pra aumentar sua lista, que na verdade não era das maiores, mas com certeza era das mais esquisitas. Naquele porto, nada seguro, já aportaram os mais diferentes tipos. Preto, branco, gordo, magro, loiro, moreno, bonito, feio, cafajeste, bom-moço, etc e tal. Não que isso fosse motivo de orgulho. Pelo contrário. Mas com certeza servia de experiência. Mesmo que frustrante!! Repetir figurinha às vezes era necessário. Os desejos afloravam seu corpo que fervilhava de prazer. Ignorá-los não era a melhor opção. As conseqüências poderiam ser arrasadoras. Quem tropeçava com aquela ninfeta ficava entorpecido. Extasiado!! No entanto, era como tirar a sorte grande. Todos sonhavam em tirar.

Blá, blá, blá, ...... e muita risada

Ele chegou discretamente, sozinho e pela porta da frente; quase imperceptível entre o público que chegava aos poucos para prestigiá-lo. Eis que surge a blogueira aqui a observar silenciosamente, na companhia de duas amigas, os passos do astro da noite.
O espetáculo estava a um pouco mais de uma hora para começar. Particularmente não tinha grandes referências e comentários do que iria assistir. Mas sabia que não sairia dali decepcionada, simplesmente pelo fato de estar diante de um ator de naipe altíssimo. A minha intuição graças a Deus não falhou. Pedro Cardoso, o Agostinho do seriado "A grande Família" exibido pela Rede Globo, brilha desde o primeiro instante em que pisa no palco de - "O Autofalante" , peça de sua autoria estrelada no Teatro das Artes, no Shopping da Gávea, no Rio de Janeiro.
Pedro é daqueles atores que se diferem na forma e no conteúdo. Até na hora de iniciar a peça ele é original. Aquela figura discreta citada no início do post quando adentra o palco se transforma num gigante da atuação durante uma hora e 40 minutos. E haja fôlego! Enquanto a platéia ainda entrava e se acomodava na sala de espetáculo, com todo aquele burburinho peculiar da espera, eis que surge o ator disparando a falar. E não pára mais. No início, confesso que levei um susto. Pensei que ele fosse cancelar o espetáculo ou informar algo parecido. Mas não é nada disso. Ele entra no palco, ainda sem a roupa de atuação, e começa a conversar com a platéia que ali mesmo esboça as primeiras gargalhadas. Na verdade, a peça naquele momento, acabara de começar. Pedro Cardoso engata num papo engraçadíssimo com o público e só sai do palco para trocar de roupa. Volta alguns minutos depois já encarnado no papel de um desempregado que enlouquece por não agüentar esperar a ligação de uma empresa que lhe oferece uma oportunidade de emprego.
O resto você vai ter que descobrir sozinho, se conseguir sobreviver às gargalhadas. "O Autofalante" - uma comédia inteligente e de humor apurado. Diversão garantida!!

Beijos e inté!
Érika

13.5.07

As novas balzaquianas

Li uma matéria no site Bolsa de Mulher em que falava sobre a "nova balzaquiana". Essa matéria me causou uma certa inquietação e alguns questionamentos que gostaria de compartilhar com vocês. Antes quero deixar claro que não sou a favor de posturas feministas, sejam elas quais forem. Mas não poderia deixar de abordar tal assunto. A pergunta é: Será que nós mulheres ao lutarmos no passado por um espaço mais justo na sociedade perante aos homens acabamos por criar um monstro? Ou seja, nós mesmas. Será que a máxima em que criatura supera criador passou a ser verdadeira, assim como, no clássico filme Frankenstein? Sérá?
Lendo a matéria "A nova balzaquiana - Elas provam que a mulher de 40 está no auge" percebi que a luta pela tão sonhada independência pode ter nos custado um pouco caro. A busca desenfreada por um espaço mais igualitário na sociedade diante dos homens, salários tão bons quanto os deles, conquista de posição de chefia na profissão, entre outros, acabou criando uma mulher, muitas das vezes, exageradamente competitiva e ávida por uma independência a qualquer custo. Nem que para isso a "nova balzaquina" tenha que levar mais tempo para realizar tais conquistas, como ganhar a independência aos 40 anos. Essa mulher contemporânea abriu mão do que a tornava singular e encantadora diante dos homens: a possibilidade de engravidar e de ser mãe. E aproveitando que amanhã é dia 13 de maio - Dia das Mães, nada mais propício que levantar o tema em questão. Não estou afirmando que as mulheres desistiram de engravidar ou coisa parecida. Até porque não é verdade. O que estou tentando dizer é que cada vez mais, nós mulheres, estamos nos igualando aos homens ao passo em que não mais nos reconhecemos enquanto seres provedores da própria espécie. O desejo tardio de ser mãe está fortemente explícito nos discursos das rodas de conversas femininas. Não quero aqui julgar ninguém e muito menos dizer o que deve ou não ser feito por nós mulheres. Embora faça parte do grupo das contemporâneas que luta por um fatia mais generosa do mercado profissional, sou a favor de fazermos com mais parcimônia. Até porque, do contrário, corremos o risco de nos tornarmos mães com cara de avós e de gastarmos todo o dinheiro conquistado pela "tal" independência em consultórios de terapias tentando entender em que"criaturas"nos tornamos.
Beijos e inté!

4.5.07

No meio do salão

Em meio a multidão ela se sentia só. Aquela sensação duraria poucos minutos até que um olhar fixo e atento começasse a acompanhar seus passos. Os movimentos eram minuciosamente observados, assim como são os de uma presa. Tudo estrategicamente estudado. A jovem se deixava levar pelo jogo da sedução que parecia não ter fim. A relação estabelecida entre predador e presa era pra lá de envolvente. A noite estava apenas começando. Aquela dança, antes solitária, agora se transformara num delicioso ballet; mesmo com os corpos a distância. Como se tudo tivesse sido detalhadamente ensaiado, em uma grande sincronia. O desejo de se transformarem num só corpo crescia a cada passo, a cada rodopio, a cada balançada de quadril, a cada mexida no cabelo. Os olhos que antes a acompanhavam sem parar, agora se entregavam. Era como se denunciassem um desejo maior. Os cheiros começavam a se misturar. Era sinal de que a distância entre os corpos havia diminuído. O próximo passo? O grand finale! Nada mais precisava ser "dito". Apenas sentido. Foi quando 2 se transformaram em 1. O toque entrava em cena numa dança em que os lábios, agora, se tornariam os protagonistas da grande dança.