19.9.07

Posição fetal

Pronta pra nascer? Ou pronta pra voltar pra onde tudo começara? Sua origem.
Assim estava ela. Sozinha, encolhida e não acolhida, agachada no chão em posição fetal, indefesa mas cheia de vida. Característica peculiar de uma vida que acabara de chegar. Mas também cheia de dúvidas assombrando sua cabeça. Cheia de inseguranças. Queria ser notada. Na verdade, precisava ser notada. Esse mal lhe assombrava o corpo e a mente de tempos em tempos. Como uma enfermidade. E não tinha remédio que a curasse. Não que ela soubesse. O mal não avisava, apenas aparecia de surpresa e lhe acometia por inteiro. Simples assim. Às vezes, ia embora da mesma forma que chegava. Outras vezes não. Assombrava mesmo. Levava um pouco mais de tempo. Lhe tomava conta, lhe consumia. Lhe fazia pensar nos pensamentos mais estapafúrdios, mais sombrios que sua cabeça jamais ousara pensar.
Queria ser percebida por quem a amava. Precisava se testar pra saber quantas pessoas a notariam ali naquele estado e quantas pessoas realmente a amavam. Amor pra ela era assim. Doloroso. Se pagava de corpo e alma. Se lançava, se embebedava de prazer e dor. Para muitos, parecia coisa de gente doida. Para ela a prova que faltava. O fator decisório que poderia mudar o rumo de sua vida.

Beijos e inté!
Érika

12.9.07

Primórdios dos velhos tempos



A alma silencia em contagem regressiva. Progressivamente é ferida. Clama por ser ouvida. Mas não há ninguém do outro lado. Somente um vazio à espera.
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Angústia!
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A alma grita como última tentativa de ser escutada e quem sabe entendida. Ruído na comunicação. O mundo se transformara num grande hiato. Num verdadeiro abismo incomunicável. Quanta ironia pro mundo moderno que cresce vertiginosamente como os arranha-céus das grandes cidades.
Progressivamente.
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Silêncio uníssono! Silêncio que angustia e corrói por dentro como o mar que bebe a areia e que finge não sentir. Silêncio que não tem vez num corpo que fala copiosamente dando pistas de que está doente. Doente da sociedade. Ninguém ouve. Ninguém olha. Ninguém sente. Coisas da modernidade. Todos só querem falar. Só pensam em verborragia. Substantivo feminino, que por sinal, anda na moda. E todos só querem estar in. In por algo e não mais por ninguém. O mundo virou umbigo do próprio mundo. Egoísta por natureza. Egoísta na sua sua essência mais verdadeira.



Beijos e inté!
Érika

6.9.07

Promises

I promise you I'll be there for you whenever you need;
I promise you I'll make you happy until your last few days;
I promise you I'll be able to laught at your sadness laughes;
I promise you I'll listen to you until the end;
I promise you I'll talk to you even if we have a fight;
I promise you I'll walk with the dog every single morning even if it's raining;
I promise you I'll listen to your favorite song and sing it louder with you;
I promise you I'll walk on the beach at least one day a week to feel the sun on my face;
I promise you I'll say good morning every day for people I love;
I promise you I'll wake up earlier to enjoy the day more and more;
I promise you I'll be able to say more often I LOVE for people I really care;
I promise you I'll spend more time with people I love.

Kisses and see you!
Érika

5.9.07

Espelho, espelho meu ...

Olho pro espelho e não consigo me ver. Claro e transparente como nunca estivera antes, me olha e me encara da pior maneira que possa existir. Julgando sentidos e sentimentos. Apontando. Ferindo vagarosamente. Angustiando insistentemente.
Meus olhos cegaram em plena luz do dia. Vejo apenas um corpo. Nu. No seu sentido mais amplo. Vejo o que o espelho insiste em denunciar. Vejo o que meus olhos querem ou alcançam ver. Não sei se me traem. Talvez só descubra mais tarde. Talvez!
Um corpo em pé e nada mais está parado diante de mim. Mas de que vale se está vazio? Viro de costas e tento fugir da imagem nebulosa na qual se transformara e que insiste em me acompanhar pra onde quer que eu vá. Está repleta de vazios, de complexidades, de racionalidades, de angústias, de ausências de alma, de solidão, de alegrias sofridas, de tristezas alegres, de ausências dos mais variados tipos. Nitidez não há mais. É como abrir os olhos debaixo d'água. Embaça! A clareza que antes estivera ali, agora desaparecera. Olho pro lado e percebo que estou sozinha. Até quando? Não sei dizer. Só sei que é difícil acreditar. O despertador toca. São 7 horas da manhã. Acordo e vejo que tudo não passara de um pesadelo.

Beijos e inté!
Érika