Seu rosto e suas roupas ainda eram os mesmos de menina. Expressões inocentes e atrapalhadas denunciavam a puberdade ainda existente. As roupas eram um tanto quanto ingênuas, não tinham a malícia nem a preocupação de exibir o que os homens ansiavam em ver. Vez por outra um ombro saía à mostra. Vez por outra uma coxa saliente insistia em aparecer. Era o máximo que sua sensualidade pueril deixava transparecer para o deleite do sexo masculino. Nada intencional. Apenas descuido de uma menina serelepe. Mas seu corpo voluptuoso denunciava uma transição. Uma maturidade que insistia em aflorar. Principalmente nas roupas arrochadas e nas curvas que saltavam aos olhos masculinos. Ainda era menina de uma época que já se foi e que não volta mais. Daquelas meninas sapecas e levadas que não existem mais no mundo moderno de hoje e que deixaram saudades. De certo já não brincava mais de boneca mas também não queria saber de usar sandália rasteira. Ainda era tudo muito confuso e indefinido em seu corpo e mente. Uma simbiose inquietante. Uma eterna transformação. A única certeza que tinha era que causava frisson nos homens. Mesmo que inconsciente. Ela era assim. Nascera assim. E era exatamente isso que encantava e perturbava os homens que passavam em sua vida. Gestos de menina num corpo de mulher.
Beijos e inté!
Érika
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