29.8.07

Infância roubada

Seu rosto e suas roupas ainda eram os mesmos de menina. Expressões inocentes e atrapalhadas denunciavam a puberdade ainda existente. As roupas eram um tanto quanto ingênuas, não tinham a malícia nem a preocupação de exibir o que os homens ansiavam em ver. Vez por outra um ombro saía à mostra. Vez por outra uma coxa saliente insistia em aparecer. Era o máximo que sua sensualidade pueril deixava transparecer para o deleite do sexo masculino. Nada intencional. Apenas descuido de uma menina serelepe. Mas seu corpo voluptuoso denunciava uma transição. Uma maturidade que insistia em aflorar. Principalmente nas roupas arrochadas e nas curvas que saltavam aos olhos masculinos. Ainda era menina de uma época que já se foi e que não volta mais. Daquelas meninas sapecas e levadas que não existem mais no mundo moderno de hoje e que deixaram saudades. De certo já não brincava mais de boneca mas também não queria saber de usar sandália rasteira. Ainda era tudo muito confuso e indefinido em seu corpo e mente. Uma simbiose inquietante. Uma eterna transformação. A única certeza que tinha era que causava frisson nos homens. Mesmo que inconsciente. Ela era assim. Nascera assim. E era exatamente isso que encantava e perturbava os homens que passavam em sua vida. Gestos de menina num corpo de mulher.

Beijos e inté!
Érika


3 comentários:

Anônimo disse...

Oi!
Tava devendo há muito tempo um comentário para vc.Como acompanho desde o início pude notar como os posts evoluíram. Nào só pelos assuntos, que entendo tenham que ser sempre variados, mas pela maneira que vc vem escrevendo.Dá pra notar como vc está mais segura de si mesma.
Continue escrevendo pq seus leitores te adoram e sentem falta qdo vc some.
Amei o "Sentidos".
E obrigado pela homenagem.
Bjssss
Luis Ricardo

João Paulo Sá disse...

E os sentidos que não cabem em ti se multiplicam aqui.

Beijo grande

Anônimo disse...

Adorei seu texto. Expressa intimamente a realidade vivida por todas as meninas. Uma transformação desconhecidas por elas e exploradas por pessoas sem boa índole e pensamentos impuros; que ao invés de ajudá-las a encarar esse período, exploram toda a ingenuidade presente.