22.10.07

Provocações

Provocações consentidas.
Cada movimento.
Cada olhar.
Cada cheiro.
Cada toque.
Cada detalhe.
Cada ponto minuciosamente desejado e estimulado.
Sussurros aqui, sussurros acolá.
Corpos em ebulição.
Euforia íntima.
Beijos molhados que secam a boca de prazer.
Êxtase total.
Pêlos ouriçados à medida que provocados.
Pitada de força e delicadeza.
Provocações induzidas.
Cabelos deliciosamente emaranhados no compasso da música que embala o ritmo da noite. O som é suave aos ouvidos mas forte na essência. Com personalidade.
Cheiros exalam das mechas douradas e se misturam com os aromas da pele.
Doce.
Suave.
Forte.
Suado.
Cheiro de deleite.
Cheiro de prazer.
Cheiro de provocações consentidas.

Beijos e inté!
Érika

18.10.07

Beleza roubada

No início era engraçadinho. Todo mundo a queria pra si. Todos queriam segurá-la no colo, levar pra casa, brincar de boneca com ela. Cuidar dela, sair com ela, pentear seus cabelos dourados, brincar de casinha, de comidinha ou simplesmente estar ao seu lado. Era como um troféu que todos gostavam de exibir. Ela representava um chamariz de coisas boas. Atraía pessoas ao seu redor. Tinha esse dom. Era naturalmente espontânea. Parecia uma bonequinha de porcelana, quase sem vontade própria. Perfeita! Para os outros. Mas falava! E como falava! Era de verdade. Seus desejos viraram os desejos dos outros, suas vontades eram as vontades dos outros. Ela queria o que os outros na verdade queriam. Seus pedidos sequer eram escutados. Suas vontades eram todas ignoradas. Mas ainda assim era bonitinha, quietinha, meiguinha. Boazinha! Isso realmente a irritava. Pra valer! Uma linda menina loira e de olhos azuis - sonho de consumo de meio mundo. Pode perguntar. O que parecia ser um sonho, e na verdade era para muitos, passou a ser a pedra em seu sapato.

E o tempo voou....


E a menina cresceu!

E se transformou em mulher.


Em mulher de verdade. Com vontade e desejos próprios. Coisa de gente grande. De gente adulta. De gente que deixou de ser apenas bonitinha e adquiriu personalidade. Personalidade falante mas também pensante. O que antes era a porta de entrada para um mundo que não era o seu e que não podia escolher, agora virara a porta de entrada para um outro mundo. Um mundo que ela podia escolher. Um mundo particular.

Seu mundo!

Beijos e inté!
Érika

15.10.07

Apenas pra refletir....

Estava eu circulando pelos blogs queridos que costumo ler e eis que me deparei com algumas frases interessantes no blog da minha amiga Bella. Na verdade, uma frase especificamente me chamou a atenção, principalmente, por sintetizar alguns pensamentos que invadiram a minha cabecinha minutos antes. A frase na verdade, segundo Bella, é de Billy Wilder.
Sem querer plagiar ninguém, mas já o fazendo.......
Vale a pena deixar registrado.


"You have to have a dream so you can get up in the morning."
Billy Wilder








14.10.07

Breu total

Angústia do silêncio. Angústia do escutar. Angústia de não saber e não poder dar respostas que se calam gradativamente e que a silenciam com o passar do tempo. Tempo esse que não volta mais e que a faz amargar. Amargar de tristeza, amargar dentro do seu próprio escuro, de um escuro particular que ela mesmo criara por não falar. De um escuro ensurdecedor e enlouquecedor. De um escuro absolutamente amargo na sua essência. Um amargo consentido e sem respostas. Respostas que envelhecem e amadurecem com o tempo, é verdade, e que talvez nunca sejam ditas na íntegra como foram concebidas e idealizadas, mas que a fortalecem e dão uma consistência interior necessárias. Consistência que com o tempo se transforma em experiência. Experiência para viver histórias ainda não traçadas e muito menos escritas mas certamente a serem percorridas em algum momento de sua vida.

Beijos e inté!!
Érika

2.10.07

Palavras ao relento


. Palavras .
São simplesmente palavras quando jogadas aos quatro ventos sem exprimir significado algum.
. Palavras .
São apenas letras reunidas e camufladas sob diferentes formatos e intensidades quando olhadas do ponto de vista gramatical.
. Palavras .
Podem fazer estragos irreversíveis na alma e no peito quando sopradas com sentimentos genuínos o que as tornam armas letais para quem as ouve. Infelizmente não para quem as fala. Somente para quem as ouve.
. Palavras.
Podem mudar o rumo de uma história quando ditas com raiva. Boa parte do tempo não deveriam ser ditas. Apenas escutadas as palavras do coração. E mesmo assim, com parcimônia pra não causar dependência química. Mas ninguém ouve. Só fala. Fala copiosamente como quem quer desabafar. O mundo grita pra escutar, grita ainda mais pra falar. Vivemos numa época em que poucos têm o poder da escuta. São poucos os que falam silenciosamente ao pé do ouvido.

Beijos e inté!!
Érika