16.8.07

No compasso do relógio....

Olhava para o seu rosto e sentia que queria dizer mais do que as simples palavras que acostumara a falar. Mas lhe faltava coragem. E sobrava medo. Medo, talvez, de não saber lidar com o inusitado, com o inesperadamente verdadeiro, com o real. Com o palpável. Um hiato se fazia presente na curta distância que os separavam. Mentiras sinceras eram trocadas a todo instante. Nem sempre eram sentidas de alma, é verdade. Nem sempre eram faladas de coração. Muitas vezes ditas da boca pra fora. Gestos e olhares traíam o que sua boca dizia ora ou outra. Nada que o tempo não pudesse curar. Mas certamente ainda levaria um tempo. Não se sabia quanto. Possivelmente o tempo natural dos acontecimentos. O relógio movia os ponteiros à sua moda. À moda antiga. Num tic e tac d-e-s-c-o-m-p-r-o-m-i-s-s-a-d-o com o tempo e com as cobranças da vida.
Do outro lado, o tempo se mostrava nervoso. O barulho dos ponteiros eram irritantemente ouvidos por ela. Mas nada podia fazer. Somente esperar, esperar e esperar o tempo voltar a dar os seus compassos generosos na cadência do amor.

Beijos e inté!
Érika

Um comentário:

Anônimo disse...

só temos que saber aproveitar o tempo. como sempre digo, tudo acontece quando tem que acontecer. "O Cara La de Cima" sabe para onde sopra! bj, Viniicus