13.5.07

As novas balzaquianas

Li uma matéria no site Bolsa de Mulher em que falava sobre a "nova balzaquiana". Essa matéria me causou uma certa inquietação e alguns questionamentos que gostaria de compartilhar com vocês. Antes quero deixar claro que não sou a favor de posturas feministas, sejam elas quais forem. Mas não poderia deixar de abordar tal assunto. A pergunta é: Será que nós mulheres ao lutarmos no passado por um espaço mais justo na sociedade perante aos homens acabamos por criar um monstro? Ou seja, nós mesmas. Será que a máxima em que criatura supera criador passou a ser verdadeira, assim como, no clássico filme Frankenstein? Sérá?
Lendo a matéria "A nova balzaquiana - Elas provam que a mulher de 40 está no auge" percebi que a luta pela tão sonhada independência pode ter nos custado um pouco caro. A busca desenfreada por um espaço mais igualitário na sociedade diante dos homens, salários tão bons quanto os deles, conquista de posição de chefia na profissão, entre outros, acabou criando uma mulher, muitas das vezes, exageradamente competitiva e ávida por uma independência a qualquer custo. Nem que para isso a "nova balzaquina" tenha que levar mais tempo para realizar tais conquistas, como ganhar a independência aos 40 anos. Essa mulher contemporânea abriu mão do que a tornava singular e encantadora diante dos homens: a possibilidade de engravidar e de ser mãe. E aproveitando que amanhã é dia 13 de maio - Dia das Mães, nada mais propício que levantar o tema em questão. Não estou afirmando que as mulheres desistiram de engravidar ou coisa parecida. Até porque não é verdade. O que estou tentando dizer é que cada vez mais, nós mulheres, estamos nos igualando aos homens ao passo em que não mais nos reconhecemos enquanto seres provedores da própria espécie. O desejo tardio de ser mãe está fortemente explícito nos discursos das rodas de conversas femininas. Não quero aqui julgar ninguém e muito menos dizer o que deve ou não ser feito por nós mulheres. Embora faça parte do grupo das contemporâneas que luta por um fatia mais generosa do mercado profissional, sou a favor de fazermos com mais parcimônia. Até porque, do contrário, corremos o risco de nos tornarmos mães com cara de avós e de gastarmos todo o dinheiro conquistado pela "tal" independência em consultórios de terapias tentando entender em que"criaturas"nos tornamos.
Beijos e inté!

Um comentário:

Carlos Zev Solano disse...

Oi Kérida,

obrigado pela visita!

A pergunta ficou: "Que criatura você se tornou?"

Passe lá no outro blog: Rascunhos na Net

Tem um monte de coisa....

E não deixe de ler: No mar da tranqüilidade

Acho que vai gostar.

Beijos, Kérido.