10.11.07

Aconteceu no verão

"A primeira vez a gente nunca esquece". A doce Mariana já havia escutado essa frase algumas vezes em sua vida. Com certeza em momentos que compartilhou com suas melhores amigas. Das vezes que escutara, a frase vinha de amigas mais experientes que costumavam relatar as mais loucas aventuras experimentadas com amores dos mais diferentes tipos: de verão, de feriados, de festas, de apenas uma noite, de infância, de épocas tão distantes que provavelmente se perguntadas hoje nem lembrariam mais. Épocas passadas que não voltam mais. Costumavam ser histórias engraçadas, alegres e leves as de suas amigas. Histórias que remetem à boas lembranças. Mas não a de Mariana. Na sua vez foi diferente. A primeira vez que sentira tal frase sofreu como nunca em sua vida. Sua primeira dor de amor ficou marcada em seu coração. Parecia não caber de tão grande que era. Parecia que iria explodir a qualquer momento. Era tão diferente de tudo que experimentara anteriormente que jurou nunca mais conhecer nenhum outro rapaz em nenhum outro verão. Chegou a se prometer que nunca mais amaria ninguém. Sentimento típico de quem se fere com o amor. Até que um outro amor o substituísse. Mas isso ainda levaria algum tempo. Houve uma época em que a doce Mariana deixou de sair durante alguns verões com medo de se apaixonar de novo e sofrer. Aquela fatídica frase que em seu passado adolescente não fazia quase nenhum sentido agora lhe angustiava o peito e lhe amargava a boca. E lhe causava dor. Dor que nenhum potente analgésico foi capaz de amenizar ou sanar tal sentimento. A não ser o próprio amor que lhe abandonara e que voltara no último verão.

Beijos e inté!
Érika

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