5.9.07

Espelho, espelho meu ...

Olho pro espelho e não consigo me ver. Claro e transparente como nunca estivera antes, me olha e me encara da pior maneira que possa existir. Julgando sentidos e sentimentos. Apontando. Ferindo vagarosamente. Angustiando insistentemente.
Meus olhos cegaram em plena luz do dia. Vejo apenas um corpo. Nu. No seu sentido mais amplo. Vejo o que o espelho insiste em denunciar. Vejo o que meus olhos querem ou alcançam ver. Não sei se me traem. Talvez só descubra mais tarde. Talvez!
Um corpo em pé e nada mais está parado diante de mim. Mas de que vale se está vazio? Viro de costas e tento fugir da imagem nebulosa na qual se transformara e que insiste em me acompanhar pra onde quer que eu vá. Está repleta de vazios, de complexidades, de racionalidades, de angústias, de ausências de alma, de solidão, de alegrias sofridas, de tristezas alegres, de ausências dos mais variados tipos. Nitidez não há mais. É como abrir os olhos debaixo d'água. Embaça! A clareza que antes estivera ali, agora desaparecera. Olho pro lado e percebo que estou sozinha. Até quando? Não sei dizer. Só sei que é difícil acreditar. O despertador toca. São 7 horas da manhã. Acordo e vejo que tudo não passara de um pesadelo.

Beijos e inté!
Érika

Um comentário:

Anônimo disse...

A velha luta com o espelho para descobrirmos nossa verdadeira alma interior, diferente daquela exterior onde só é refletida a imagem superficial ou mesmo o material. Ainda bem que foi só um sonho. Mas, por que não aproveitar o tema desse sonho e de vez quando nos olharmos a fundo no espelho. Parabéns pelo texto.